O setor imobiliário angolano tem mostrado sinais de crescimento nos últimos anos, com o aumento de empreendimentos, agentes e novas oportunidades de negócio. No entanto, por trás desse dinamismo, esconde-se uma crise silenciosa: a falta de transparência e ética no mercado imobiliário angolano.
O problema não se limita à relação entre corretores e clientes, mas estende-se também ao interior das próprias agências, onde a competição desleal, a omissão de informações e a partilha desonesta de comissões corroem a credibilidade do setor.
O crescimento do mercado e os desafios internos
O aumento do número de agências e mediadores deveria representar um fortalecimento da profissão e maior confiança dos clientes. No entanto, muitos corretores relatam um ambiente hostil, marcado pela desconfiança e pela falta de cooperação.
Em vez de um espaço de colaboração, o que se verifica é uma cultura de sobrevivência, onde cada profissional procura proteger os seus interesses, mesmo que isso implique prejudicar colegas ou clientes. Essa prática tem gerado desmotivação entre os talentos do setor, que frequentemente abandonam as agências ou criam as suas próprias, na esperança de fugir deste ciclo de deslealdade.
Consequências da falta de transparência
A ausência de ética no mercado imobiliário tem impactos profundos e negativos:
- Perda de talentos: profissionais qualificados abandonam o setor por desilusão ou falta de reconhecimento justo.
- Clientes desconfiados: histórias de fraudes, omissão de informações e favorecimentos internos reduzem a credibilidade da mediação imobiliária.
- Negócios mal geridos: sem transparência, aumentam os conflitos, os processos mal conduzidos e a insustentabilidade das agências.
- Falência moral e financeira: empresas que promovem práticas pouco éticas acabam por comprometer o seu futuro.
Em última instância, a falta de transparência e ética mina não apenas os relacionamentos internos, mas também a confiança do público no setor imobiliário angolano.
A ética como base da mediação imobiliária
A aprovação da Lei n.º 14/21 sobre a atividade de mediação imobiliária foi um avanço importante, estabelecendo regras mais claras para o setor. Contudo, a sua aplicação prática ainda é insuficiente: falta fiscalização, responsabilização e sobretudo vontade de mudança dentro das próprias agências.
Para que haja transformação real, é preciso adotar práticas como:
- Contratos claros e objetivos entre agências, corretores e clientes.
- Gestão transparente das comissões, com critérios justos e comunicados previamente.
- Respeito profissional como base das relações internas e externas.
- Formação ética contínua para corretores e diretores de agências.
Agências que valorizam a transparência e a ética tendem a crescer de forma sustentável, reter os melhores profissionais e conquistar clientes de longo prazo.
O caminho para um mercado imobiliário mais transparente
Um mercado mais justo e confiável em Angola depende de medidas práticas e imediatas:
- Fiscalização séria por parte das entidades competentes, garantindo cumprimento da lei.
- Responsabilização efetiva de práticas desleais e abusivas dentro das agências.
- Mudança de cultura empresarial, promovendo cooperação em vez de rivalidade.
- Adoção de sistemas digitais de gestão de negócios, que permitem maior clareza nas transações e nas comissões.
A confiança entre mediadores e clientes não pode continuar a ser exceção: deve ser a base de qualquer negócio sério e sustentável no mercado imobiliário angolano.
Conclusão
A transparência e ética no mercado imobiliário angolano não são apenas valores morais, mas fatores essenciais para garantir a credibilidade, atrair investimentos e consolidar a sustentabilidade do setor.
Ignorar essa necessidade é comprometer o futuro da mediação imobiliária. Já investir em transparência, ética e cooperação é construir um mercado mais forte, confiável e capaz de gerar oportunidades reais para todos.
Na Angola Terrenos, acreditamos que a confiança é a chave para um negócio sólido. Por isso, promovemos práticas transparentes, informação clara e ética em todas as etapas, garantindo segurança tanto para corretores como para investidores.
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